A Secretaria Municipal da Saúde de Jardinópolis (SP) investigará a morte de uma aposentada de 62 anos que não teria recebido atendimento médico de urgência em tempo. Familiares de Rita Félix dos Santos, que morreu por parada cardiorrespiratória na noite de terça-feira (13), alegam que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi contatado duas vezes, mas nenhuma ambulância foi mandada até a casa da paciente, o que teria possibilitado a morte. A Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto, que responde pela regional de regulação do Samu, nega quaisquer falhas no atendimento.
Segundo a comerciante Lívia Maria dos Santos, o Samu foi acionado pela primeira vez às 18h20, quando sua mãe Rita começou a passar mal. Diante das recorrentes convulsões da paciente, ela alega ter ligado para o 192 novamente às 18h35, chamado que também não teria resultado em atendimento. No desespero, a família conseguiu ajuda de terceiros para que Rita fosse atendida, mas chegou morta por parada cardiorrespiratória às 18h56 ao pronto socorro central, relatou a filha.
“Eu retornei a ligação pedindo socorro porque minha mãe estava morrendo. Infelizmente o Samu não apareceu. Pedimos ajuda na rua, um senhor cedeu o veículo dele e levamos minha mãe ao pronto socorro. Chegamos lá às 18h56 em ponto, mas infelizmente minha mãe chegou sem vida”, disse.
Para Lívia, caso o serviço da ambulância tivesse chegado, sua mãe ainda poderia estar viva. Além do luto, a família se sente humilhada pela situação. “Na primeira crise, se o Samu tivesse vindo talvez tivesse a reanimado. Foram três crises. Na terceira, ela não aguentou. (...) Me senti humilhada perante médicos daqui que não respeitaram minha dor. Agora quero justiça. A morte de minha mãe não será em vão.”
Investigação
Segundo a secretária da Saúde de Jardinópolis, Wania Marchio Capelli, a primeira ligação à central regional do Samu em Ribeirão Preto foi registrada às 18h31, mas a unidade em Jardinópolis foi acionada às 18h47. “Nós estamos junto com o Samu de Ribeirão tentando averiguar essas questões. Se houve problemas na comunicação, por que houve esse atraso no disparo da ambulância”, afirmou e acrescentou que o diagnostico da paciente bem como testemunhos de funcionários serão analisados.
Ela disse, no entanto, que o direcionamento das ligações para Ribeirão Preto é um modo de agilizar os atendimentos de urgência na região. “A centralização dos chamados do Samu otimiza recursos. Além do que a gente conta com um médico criador que recebe os chamados e organiza as saídas das ambulâncias por prioridade. Isso é facilitador e tende a auxiliar a assistência imediata.”
Regulação em Ribeirão
Em nota, a Secretaria da Saúde Ribeirão Preto negou falhas na regulação do Samu. De acordo com o departamento municipal, será realizada uma verificação dos registros dos tempos de atendimento para definição de eventuais irregularidades.