“Mamãe, posso tomar esse suco de laranja que o papai deixou na geladeira para você?”, questionou a pequena Maria (nome fictício), de três anos, na tarde desta quarta-feira (27) na casa onde vive com os pais, em Jardinópolis.
Pouco depois, a garota começou a passar mal e teve que ser levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para o hospital local.
Ela passou por lavagem gástrica - espécie de limpeza no interior do estômago através de uma sonda -, para desintoxicação. O mesmo procedimento foi feito em uma amiga de 22 anos de sua mãe, que também bebeu o suco.
Ainda no hospital, a presença de policiais militares levantou a suspeita de que, em vez de acidente, poderia ter ocorrido um envenenamento deliberado.
Quem fez?
Chamados ao plantão policial, tanto o pai quanto a mãe da criança negaram ter feito o suco. Começou, então, o jogo de acusações.
O pai, que não quis se identificar, afirmou que a mulher já o ameaçou de morte com uma faca.
Ele mostrou, também, uma mensagem enviada por ela em seu celular na sexta-feira passada (22):
“Vou fazer você sentir o gosto amargo da minha vingança”, disse a esposa. Apesar de casados há cinco anos, o relacionamento dos dois está estremecido há um ano. Eles moram juntos com a filha, mas estão em processo de separação. “Eu não duvido que ela tenha tentado me matar”, diz ele.
Sua esposa também nega ter feito o suco e acredita que ela seria o real alvo do envenenamento. Eladiz que já foi agredida pelo marido por diversas vezes.
Sobre a mensagem enviada ao celular, ela diz que a “vingança” era largar do marido definitivamente.
Ela entregou ao delegado plantonista o resto do suco, que passará por análise. Segundo o pai, uma justificativa para o ‘envenenamento’ seria o fato da filha passar a mão no cachorro da família após a aplicação de um produto anti-pulgas.
De qualquer forma, ele deixa claro: “Hoje eu não tomo nada daquela geladeira”.
A mesma cautela é adotada por sua esposa: “Vou ter que analisar tudo com cuidado, provavelmente vou pedir um lanche para comer”.