Na última terça-feira (18) foram aplicadas as primeiras doses do imunizante da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos em Jardinópolis.
Nesta primeira fase o município foi contemplado com 230 doses do imunizante que serão aplicadas em crianças com comorbidades definidas pelo Governo do Estado de São Paulo.
As primeiras doses foram aplicadas no Centro de Saúde II Dr. Arthur Costacurta. Ao todo, 31 crianças recebam a primeira dose no centro durante essa primeira semana.
Lucas Chiodi Toscano de Campos, filho da Profa. Dr. Monica Chiodi recebe a vacina. (Foto: Renato Silva/PMJ)José Chiodi Toscano de Campos, filho da Profa. Dr. Monica Chiodi recebe a vacina. (Foto: Renato Silva/PMJ)Profissionais da Saúde no Centro Saúde onde foram aplicadas as doses. (Foto: Renato Silva/PMJ)Na quarta-feira (19) foi a vez das crianças da APAE recebem a vacina, e no total, 11 crianças foram vacinadas.
Com isso, 42 crianças receberam a vacina nessa primeira semana.
Criança recebendo a vacina na APAE. (Foto: Renato Silva/PMJ)A partir da próxima segunda-feira (24), começa a vacinação em crianças de 9 a 11 anos SEM comorbidades, mas continua valendo a vacinação de crianças de 5 a 11 anos COM comorbidades.
A vacinação ocorrerá segunda (24), quarta (26) e sexta (28) no Santuário Arquidiocesano Senhor Bom Jesus da Lapa, situado na Avenida Pequena do Nascimento, s/n das 8h às 16h.
As crianças devem estar acompanhadas por um responsável maior de 18 anos e apresentar os seguintes documentos obrigatórios: Documento de identidade com foto; CPF; Cartão SUS; Comprovante de residência e Termo de Assentimento (baixe aqui https://bit.ly/3GXN4UQ).
Caso a criança tenha alguma comorbidade deverá levar também laudo ou receita médica que comprove a condição.
A importância da vacinação e os mitos e mentiras que precisam ser combatidosConversamos com Profa. Dra. Monica Chiodi Toscano de Campos sobre a vacinação nas crianças, e sobre os cuidados em acreditar em supostos pesquisadores, ou falsos especialistas, seus filhos Lucas e José, foram vacinados nessa primeira semana em Jardinópolis:
É importante destacar que nenhuma das vacinas está em fase experimental, todas tiveram seus dados de eficácia e segurança avaliados e aprovados pela agência reguladora. Tanto a Pfizer quanto a Coronavac já passaram da fase 3, que é a etapa experimental, e é a etapa da pesquisa anterior ao registro.
A etapa de registro envolve registrar revisar todos os documentos técnicos e regulatórios, e verificar os dados de segurança e eficácia, bem como avaliar a qualidade da vacina. A partir do registro, o medicamento ou vacina, está autorizado a ser comercializado e distribuído no país. Portanto um medicamento ou vacina registrada não é mais experimental. Assim as vacinas disponíveis cumpriram todo o rigor científico e processo regulatório brasileiro, além de terem sido avaliadas nas 3 fases de pesquisa.
Todos os dias fazemos uso de medicamentos que estão na mesma fase das vacinas, e não vejo questionamentos se determinado medicamento é experimental. Quando se referem aos efeitos adversos que constam na bula das vacinas, é de se questionar se as pessoas leem a bula dos medicamentos que fazem uso todos os dias, inclusive muitas vezes sem prescrição médica.
Cabe ressaltar que em relação a rapidez que as vacinas foram produzidas, essa rapidez tem uma explicação: as vacinas foram desenvolvidas com a base da tecnologia já existente e graças ao investimento alto em pesquisas. Não podemos comparar o investimento em pesquisas relacionadas a vacinas de 30 anos atrás, com o investimento que temos hoje, principalmente considerando a situação de uma pandemia.
Muitos vídeos têm circulado trazendo desinformação a população e causando medo e dúvidas aos pais sobre vacinar seus filhos. Avaliando esses vídeos o que posso dizer é que procurando por esses profissionais eles não são especialistas como referem ser (se fizer uma busca eles não possuem RQE – Registro de Qualificação de Especialista, pelo simples fato de não serem especialistas), e não possuem nem seus currículos registrados na Plataforma Lattes, que é a plataforma de registro dos currículos dos pesquisadores brasileiros. Ao contrário desses profissionais, as Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia e Infectologia e sociedades cientificas do mundo inteiro são unanimes em dizer que as crianças precisam ser vacinadas.
E por fim, no Brasil, várias doenças foram erradicadas através das vacinas disponibilizadas no Programa Nacional de Imunização, do Sistema Único de Saúde, que através dos seus princípios de universalidade, equidade e integralidade sempre garantiram a todos os cidadãos brasileiros o acesso a essas vacinas. As vacinas são, portanto, um compromisso coletivo de saúde pública, um verdadeiro pacto social de erradicação de doenças. É chamada de pacto social para erradicação de doenças, já que quando uma pessoa decide não se vacinar, ela não está decidindo apenas sobre sua vida, mas na de outras pessoas também, isso porque se porventura alguém que se recusou a tomar vacina seja contaminada por uma doença, poderá transmiti-la para muitas outras, fazendo com que doenças erradicadas ou altamente controladas voltem a circular, colocando em risco vida de outras pessoas.
(A Profa. Dra. Monica Chiodi possui graduação em: Enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Doutorado Direto em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Especialista em Cuidado Pré Natal pela Universidade Federal Paulista (UNIFESP) e em Enfermagem Obstétrica pela Universidade de Ribeirão Preto. Professora Associada do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasilia. Líder do Grupo de Pesquisa Mulher e Saúde da Universidade de Brasília.)
Fotos: Renato Silva/Prefeitura Municipal de Jardinópolis-PMJ