As marcas nas mãos e nos pés de Caio Gabriel Rodrigues Moreira, de 20 anos, são de fios de telefone amarrados por ladrões. O jovem ainda está assustado com a violência durante o roubo na noite de terça-feira (11). Sete assaltantes invadiram a casa dele e renderam sua família, feita refém por 40 minutos. Os criminosos levaram celulares, equipamentos eletrônicos, joias e um carro.
O episódio, ainda a ser computado nas estatísticas oficiais do Estado, representa um clima de insegurança na cidade de 37,6 mil habitantes que, de janeiro a abril deste ano teve 197 roubos e furtos, de acordo com dados mais recentes da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP). Em meio a essa sensação de medo, a população reclama da falta de monitoramento por câmeras de segurança - seis equipamentos instalados pelas ruas do município estão sem funcionar desde dezembro.
"Sete entraram em casa. Ficamos deitados na cama, escondidos com a coberta. Falaram que se a gente olhasse para eles, eles iriam matar a gente. Empurraram a gente para o quarto com arma, faca e amarraram a gente. Achei que eles iam roubar tudo e matar a gente depois. Arrumamos a cerca elétrica em casa, mas agora a gente fica com medo de acontecer de novo", afirma Moreira.
Assustados, moradores como ele são obrigados a abandonar hábitos antigos para cuidar mais da segurança pessoal. "A cidade mudou muito, infelizmente para pior. Precisamos tomar muito mais cuidado. A partir das 20h já não abro mais portão de casa, tenho medo. Sentar na calçada para conversar a gente não faz mais. Fico chateada, porque nasci aqui e é triste ver a atual situação da cidade", diz.
Prefeitura
Segundo a Prefeitura de Jardinópolis, as câmeras não estão funcionando devido a constantes quedas de energia que encarecem a manutenção do sistema. O investimento para a instalação foi de R$ 150 mil. "As câmeras estão desligadas em função da fragilidade delas em relação a descargas atmosféricas e à manutenção, pelo sistema atual, que é via rádio. A intenção é de no segundo semestre implantar um sistema via cabo ou fibra óptica", afirma Olavo Ferrari, secretário de Cultura e responsável pela assessoria de imprensa da Prefeitura.
A ausência das câmeras, de acordo com o secretário, não está diretamente relacionada ao número de crimes no município. "Creio que as câmeras não impedirão o marginal de praticar o ato ilegal. Elas podem ajudar a polícia posteriormente a identificar a pessoa. Mas impedir o ato criminoso a câmera não vai impedir", diz.
Polícia Militar
A Polícia Militar informou, em nota, que o efetivo de Jardinópolis é suficiente para dar segurança à população do município.